Cuiabá Santarém, O início.
Revista Manchete nº 1.045 – 29 de abril de 1972
Nas páginas centrais, a grande reportagem tinha um título épico: “Cuiabá-Santarém: a estrada que abre o coração do Brasil adentro”. Fotografias impactantes mostravam picadas brutais na mata fechada, pontes precárias lançadas sobre rios imensos, operários queimando em febre, devorados por mosquitos e pela malária. Com orgulho ufanista, a Manchete celebrava a inauguração oficial da BR-163 como o grande símbolo do milagre econômico e da “integração nacional”. Sob o subtítulo triunfal “Do Planalto Central ao Amazonas em linha reta”, o texto enaltecia a obra do governo Emílio Garrastazu Médici, prometendo progresso, povoamento e riqueza sem fim para a Amazônia.
Meio século depois, folhear novamente aquelas páginas é revisitar o auge do sonho desenvolvimentista – e, ao mesmo tempo, antever o altíssimo custo ambiental, social e humano que a rodovia efetivamente cobraria nos anos seguintes.







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