E “somos” 24,8%



CADA vez mais os casais valorizam a individualidade e independência, sem ceder à pressão exercida por quem trata a maternidade como obrigação, não como opção.

Busca por independência, maior liberdade e uma conexão mais forte entre o casal. Esses são alguns dos motivos elencados pelos pares que não desejam ter filhos. Em outubro do ano passado, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou dados do Censo 2022 que colocam Santa Catarina como o estado com maior número de casais sem filhos no país.




As prioridades que mudam com o tempo


Desafios encontrados durante a convivência também podem levar à decisão de não ter filhos. Ricardo José Diehl  e Marília Bottin Diehl, moradores de Luzerna, no Meio-Oeste de SC, lembram que pensavam na possibilidade de serem pais, mas foram deixando o desejo de lado.


“Quando éramos mais novos, nós sonhávamos em ter filhos. Mas foram vários fatores que nos levaram a tomar essa decisão de não ter”, lembra Ricardo.


Ricardo conta que há 15 anos foi atropelado e quebrou as duas pernas em um acidente. “Tivemos que nos desfazer de muitas coisas que tínhamos conquistado após o acidente. O emocional ficou abalado também. Os anos foram passando e, quando vimos, já não era mais tempo para ter filhos”, recorda.


Além disso, a profissão exercida por Ricardo também pesou na decisão. Por ser motorista de caminhão, ele passa muito tempo fora de casa. “O tempo na estrada depende da época do ano. Muitas vezes passo só uma vez por mês em casa. Já cheguei a ficar 31 dias fora, quando fui para o Mato Grosso”, relata.


Marília relembra que, quando se conheceram, Ricardo já era motorista e foi algo que não interferiu no seguimento da relação. “A única coisa que gostaria é que, se tivéssemos um filho, ele estivesse presente. Quando o marido é caminhoneiro e não está presente, recai tudo sobre a mãe”, diz Marília.


Atualmente, Ricardo, aos 48 anos, e Marília, aos 51, já não cogitam mais a possibilidade. Apesar da escolha, os dois mencionam outros laços afetivos construídos. “Temos afilhados que moram aqui perto, somos padrinhos também. Temos três gatos que são muito companheiros. Então, podemos repor de outras formas”, garante Marília.






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