Para todos os de boa vontade



"26.04.2015 Je sui Dreizehnlinden

Sempre que me sinto desanimado uso uma terapia de grande impacto: vou a Treze Tílias, vila européia incrustada entre os morros e as nascentes do rio Papuan. Atinjo este pedaço de prosperidade a partir de Ibicaré. Subo o morro e logo depois de Gramado dos Leites vejo descortinarem-se vales e montanhas cobertas por vegetação agricultada e plantações de soja e milho; gado bem tratado e horizontes banhados de sol refletidos em lâminas de água de açudes e represas. Vou avançando deleitado pela qualidade do que se planta, pelas propriedades e lares de arquitetura enxaimel até introduzir-me pelo portal de recepção na entrada da pequena Áustria, preservada em suas origens e construída a partir de uma linha de raciocínio de que é possível concretizar a saudade na visão das origens de um povo.

Na cidade, de costume, dou uma volta para conhecer as inovações, novas casas, lojas, templos de escultura. Paro em frente ao Castelo Thaler e sempre dou um demorado olhar no mimoso escritório de dona Ana Lindner, a Consul Honorária que comanda, feito uma locomotiva, o amor pelas coisas da pátria dos seus antepassados. Sigo pela avenida dos pioneiros, contorno para a direita, visito a monumento à vaca em frente ao castelo do Bino e da Cecília e sigo em direção à Igreja e ao Hotel e Restaurante Tirol para degustar uma lingüiça “bock” com chucrute, prato típico que ninguém faz melhor do que a Família Moser. Podíamos parar esta conversa por aqui e ficar descrevendo os outros manjares da gastronomia austríaca - do gulash, ao eisbein, ao knedels, às saladas, ao cantinho das sobremesas, em especial, ao strudel de maçã.

Pois no domingo, 26 de abril, ao me aproximar da cidade de Treze Tílias levei o maior susto. Uma concentração de mais de 3 mil automóveis e mais de 10 mil pessoas trafegavam na direção de um conjunto de coberturas de lona, barracas e abrigos. Isto tudo tipo milho novo recém-plantado. A minha surpresa se deu porque não fazia muito mais do seis meses eu passara pela mesma área é lá onde se localizava agora a 3º ExpoTílias havia uma tradicional roça de milho e soja, vacas pastando e ovelhas balindo. Mudei o meu roteiro. Segui a maré de autos. Estacionei numa colina recém terraplanada e entrei no abrigo principal onde um mar de gente assistia à missa católica, enquanto a Banda dos Tiroleses tirava antigas canções plangentes de saudade da terra de seus antepassados. Fiquei empolgado pelas palavras das autoridades que, com emoção, contaram as histórias do novo espaço que vai abrigar o Centro de Eventos de Treze Tílias para as próximas feiras. Contaram-me que na noite anterior Zezé de Camargo e Luciano reuniram nos pavilhões milhares de pessoas de toda a região do Meio Oeste. Um “show” - investimento de mais de 300 mil reais.

Na hora da fala do prefeito pensei: - No mínimo vai meter o pau na presidenta e choramingar a crise. Foi nada disso: “muita gente me criticou, disse o alcaide, por fazer essa feira durante a crise; que o povo está sem dinheiro, tem impostos pra pagar. Pois eu digo: esta feira é o maior sucesso porque todos trabalharam muito, por quatro meses e este é o único jeito de sair da crise. Acreditar no poder de quem trabalha e deixar para trás os que vivem criticando os que fazem acontecer.

- Gente, é isso aí! O prefeito Mauro de Dreizehnlinden, vestido de tirolês, vermelho de entusiasmo comandou um dos eventos mais bem organizado, bonito e de sucesso de que tenho notícia e com parte do “show” de graça para toda a população!

Dr. Adgar Bittencourt, membro emérito da ACO adgar.bittencourt@unoesc.edu.br"

fotoGarciaImagensAéreas/
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